sábado, 4 de dezembro de 2010

Mães colocam bebês de dieta; médicos fazem objeção à prática




Elogiar as dobrinhas daquela criança fofa pode não ser mais adequado. Mães preocupadas demais com obesidade estão regulando a alimentação dos filhos, isto é, colocando bebês de dieta.
O fenômeno é raro, mas está crescendo, de acordo com especialistas. "Já peguei mãe suprimindo totalmente os carboidratos da dieta, o que é um erro. Não pode tirar uma fonte energética, usada no crescimento", diz a pediatra Cristiane Kochi, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Mães obesas que levam filhos ao consultório com problemas de crescimento vêm chamando a atenção de Zuleika Halpern, especialista em obesidade infantil e membro da Abeso (entidade para estudo da obesidade).
"Verificamos que elas oferecem alimentos inadequados, como leite desnatado, e em pouca quantidade, por medo de as crianças serem obesas também."
Halpern afirma que, em um dos casos, quem "entregou" o problema foi a avó da criança, já que a mãe não admitia que tinha essa conduta.
"É mais comum que as mães obcecadas com seu próprio peso "torturem" seus bebês na alimentação", diz a médica. Segundo ela, meninas são as maiores vítimas.
TURMA "LIGHT"
Há dois perfis de pais que submetem os bebês a dietas por conta própria, diz o pediatra Mauro Fisberg, especialista em nutrição infantil.
O primeiro é o pai obeso que sofre de culpa e teme que o filho seja gordo também. O segundo é o ortoréxico (com mania de alimentação saudável), que veta carne e doces em favor de produtos light ou naturais. "Fazem da criança um laboratório", diz o médico, que já viu o problema em bebês de oito meses.
Essas restrições podem levar a deficiência de ferro, por falta de carne, desequilíbrio hormonal, por falta de gorduras, e a baixo crescimento, hipoglicemia e alterações no metabolismo, por falta de carboidratos.
A paranoia dos pais tem uma base real. A obesidade infantil está crescendo no mundo todo, Brasil incluído. Dados do IBGE mostram que um terço das crianças de até cinco anos está acima do peso. Essa proporção triplicou desde a década de 70.
MACACÃOZINHO
Nos EUA, onde o problema é mais grave, a obesidade de berço já virou até tema para programa de humor.
O "Saturday Night Live" (que passa aqui no canal Sony da TV por assinatura) fez uma paródia de comercial, na qual o produto era um macacãozinho elástico, para deixar bebês mais esbeltos (tinyurl.com/2bz2jhe).
Fisberg conta que, há alguns anos, o termo "obesidade" deixou de ser usado para bebês nas recomendações mundiais de crescimento infantil. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde voltou a incorporar a categoria, dada a gravidade.
Isso não significa que o bebê deva ser colocado de dieta, como se fosse um adulto.
"Se eu tenho uma criança que come compulsivamente, posso limitar o volume de alimento, mas preciso saber o motivo. Mães ansiosas tendem a colocar a criança para mamar no peito com muita frequência." Esse comportamento leva a criança a ignorar os sinais do próprio corpo de que ela está satisfeita.
"O que a gente indica é uma dieta saudável. Damos orientações sobre a quantidade certa, o tipo de preparo e fazemos trocas de alimentos", afirma Cristiane Kochi.


Fonte: Folha

Alimentos de cor laranja trazem longevidade



Coma cenoura. E um pouco da abóbora que sobrou de ontem. Pessoas com altos níveis de alfa-caroteno no sangue --o antioxidante encontrado em frutas e vegetais de cor laranja-- vivem mais e possuem menor probabilidade de morrer de doença cardíaca e câncer do que pessoas com pouca ou nenhuma quantidade de alfa-caroteno no sangue, de acordo com um novo estudo.
O estudo não prova a relação de causa e efeito, apenas uma associação. Mesmo assim, os resultados são intrigantes. Pesquisadores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças analisaram níveis de alfa-caroteno em amostras de sangue de mais de 15 mil adultos que participaram de um estudo de acompanhamento da terceira Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição, de 1988 a 1994. Até 2006, os pesquisadores observaram que 3.810 participantes tinham morrido. Os que tinham maiores níveis de alfa-caroteno tiveram maior probabilidade de terem sobrevivido, mesmo depois que os cientistas controlaram variáveis como idade e tabagismo.
As pessoas com maior concentração do antioxidante tinham quase 40% menos probabilidade de terem morrido do que as com concentração menor de alfa-caroteno. Os indivíduos com níveis intermediários tinham probabilidade 27% menor de terem morrido do que aqueles com concentração menor de alfa-caroteno.
"É muito impressionante", disse o epidemiologista Chaoyang Li, principal autor do estudo, que foi publicado online no dia 22 de novembro no "Archives of Internal Medicine".

Fonte: Folha

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Quilinhos a mais aumentam risco de morte, diz estudo

Uma revisão de estudos envolvendo 1,5 milhão de pessoas trouxe más notícias para quem tem pneuzinhos a mais, ainda que sejam poucos.
Apesar de muitas pesquisas ligarem a obesidade a problemas cardíacos, diabetes e câncer, o sobrepeso não tinha esse tipo de associação.
Uma pesquisa do Instituto Nacional de Câncer americano pode mudar essa percepção do gordinho saudável.
Segundo o estudo, publicado ontem no "New England Journal of Medicine", o intervalo mais seguro do índice de massa corporal é de 22,5 a 24,9.
O número é calculado dividindo o peso em quilos pela altura ao quadrado, em metros. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, um resultado de 25 a 30 significa sobrepeso e mais de 30 é obesidade.
"Há um pequeno aumento no risco de morte associado ao sobrepeso, cerca de 10% na comparação com quem tem peso normal", afirmou Amy Berrington, líder do estudo, que acompanhou pessoas por períodos de cinco a 28 anos.
Pessoas com obesidade mórbida (IMC maior do que 40) têm um risco duas vezes e meia maior de morrer do que outras com peso normal e da mesma idade.
Os magros demais também não escapam. Pessoas com índice de massa menor do que 20 tiveram mortalidade maior do que as de peso normal.

Fonte: Folha

Pesquisa contesta papel do ômega 3 na proteção cardíaca





Estudo feito por grupo de universidades francesas, entre elas a Sorbonne, colocou em xeque a eficácia do suplemento de ômega 3 contra problemas cardiovasculares.
Os resultados, publicados no "British Medical Journal", basearam-se no acompanhamento, por quatro anos e meio, de 2.501 pacientes que tiveram alguma doença cardíaca ou derrame cerebral nos últimos 12 meses.
Os participantes foram divididos em quatro grupos: um tomou diariamente o suplemento de ômega 3, outro consumiu vitamina B, um terceiro recebeu ambos e o último só tomou placebo.
O ômega 3 aumentou a concentração de gorduras "boas" no sangue dos pacientes, mas não diminuiu problemas vasculares como infarto e derrame.
O mesmo foi observado no consumo de vitamina B, que, embora tenha diminuído a presença de homocisteína (aminocácido que pode causar entupimento das artérias), não alterou a ocorrência de problemas vasculares.



Editoria de Arte / Folhapress/Editoria de Arte / Folhapress
NATURAL, MELHOR
Luiz Antonio Machado César, da Sociedade de Cardiologia de São Paulo, diz que não há consenso sobre benefícios do suplemento de ômega 3 no meio médico. "Ele reduz o índice de triglicérides e impede que plaquetas formem coágulos, mas nunca houve unanimidade quanto à sua forma em suplemento."
O cardiologista diz que o consumo diário do composto de ômega 3 não faz parte das recomendações médicas, exatamente por faltarem provas dos benefícios.
Raul Dias dos Santos, cardiologista do InCor, contesta as quantidades de ômega 3 (600 miligramas) utilizadas no estudo: "São mais baixas do que as empregadas em outras pesquisas que mostraram a eficácia", diz.
Segundo ele, esses primeiros estudos datam da década de 1980, quando se observou baixo índice de doenças cardiovasculares em esquimós, que se alimentavam de peixes ricos no nutriente.
A partir da década de 90, muitos produtos como leite, manteiga, ovos e queijos passaram a ser vendidos com enriquecimento de ômega 3.
"É uma troca isocalórica", explica Marcus Bolívar Malachias, presidente do departamento de hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia: "A gordura saturada desses alimentos é substituída por ômega 3, saudável".
O consumo de alimentos que contêm a substância, como peixes de água fria e vegetais, pode ser mais eficiente do que a ingestão da suplementação, afirma o médico.



Fonte: Folha

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Acordo com a indústria reduz gordura dos panetones





Um dos itens presentes na ceia do Natal, o panetone, está mais saudável. Os fabricantes do produto reduziram a quantidade de gordura trans em 2%, segundo levantamento do Ministério da Saúde.
O limite foi baseado em recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) e firmado em acordo entre a Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação) e o ministério.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, destaca a importância e os próximos passos da iniciativa que busca melhorar a alimentação dos brasileiros.
"Temos ainda dois problemas a avançar: primeiro, a área de margarina, foi a área que avançou menos e, de outro, lado o resto do mercado de produtores. Nós vamos ter que fazer um grande esforço agora para que a oferta de matéria prima para esse pequeno produtor já venha em condições adequadas", disse.
O ministro acrescenta que a organização estabeleceu o limite 5% de gordura trans do total de gorduras nos alimentos industrializados e 2% do total de gorduras em óleos e margarinas, panetones, pratos prontos, biscoitos, bolos e cremes vegetais.
Segundo Temporão, o próximo desafio é reduzir o uso de sal nos produtos alimentícios.
"Nós já entregamos à Abia um documento técnico com algumas metas de redução entre 15% e 50% do teor do sal nos alimentos. Vai haver a partir de agora todo o desenvolvimento de um trabalho técnico, que é um estabelecimento de metas para que esse trabalho continue avançando", declarou.

Fonte: Folha

Crescem internações por transtornos alimentares nos EUA




Um levantamento mostra alta acentuada das internações de crianças por transtornos alimentares. Entre crianças com menos de 12 anos que têm o problema, as hospitalizações cresceram 119% entre 1999 e 2006, de acordo com dados do governo americano incluídos em um relatório da Academia Americana de Pediatria.
Em geral, as internações por problemas alimentares aumentaram 15% no mesmo período. O maior aumento foi mesmo entre os pacientes mais jovens.
A academia de pediatria recomenda que os médicos fiquem atentos para os transtornos alimentares e recomendem tratamento especializado para as crianças doentes. Os médicos podem ajudar na prevenção dando orientações sobre nutrição e exercícios e evitando pressões excessivas sobre peso e dietas.


Fonte: F. São Paulo

"Com relação a orientações nutricionais e exercícios físicos, há profissionais capacitados para cada função, sabemos disso. Mas, o importante tanto na prevenção quanto no tratamento, é também o trabalho de uma equipe interdisciplinar para lidar com o assunto/situação, que é tão complexo."